CULTO NO LAR? VAMOS APRENDER?

Culto do Evangelho Segundo o Espiritismo no lar

"QUAL É A FUNÇÃO?

O culto do evangelho no Lar, ou chamado culto no lar, apresenta-se como um dos mais importantes eventos a serem realizados no ambiente familiar, pois na ocasião os participantes terão a oportunidade de estabelecerem na mais alta gradação, um relacionamento sadio e cúmplice por intermédio de ensinamentos de Jesus.

Com o culto no lar, além de serem estudadas as palavras de Jesus, os membros da falange do espírito de verdade, que iluminados pela espiritualidade superior, receberão todos valiosos ensinamentos de como conduzir seus passos nos revezes da vida, e como deles retirar o melhor proveito para si e seus próximos.

O profundo compromisso advindo da comunhão de uns para com os outros, conduzirão com certeza na senda sobre a verdadeira finalidade da vida, proporcionando aos partícipes um pacto de paz, fraternidade e amor, colocados diretamente no seio do núcleo familiar, onde se fazem mais necessários.

A compreensão de que todos somos espíritos criados iguais por Deus, cada qual em seu tempo próprio, com sua bagagem evolutiva individual, sendo estes, portanto, criaturas diferentes entre si e certamente, sempre necessitadas de se auxiliarem mutuamente, sendo este encontro no ambiente do lar , assumindo como uma reunião de aprendizes, cada qual como o seu adiantamento, cursando a mesma escola da vida, sendo que não existe um só que nada tenha dela a assimilar ou ofertar.

Aproveitando a oportunidade para nos conscientizar, que cada reencarnação no mesmo seio doméstico, não significa obrigatoriamente, uma reunião de almas com afinidades, mas quase sempre um agrupamento de espíritos compromissados mutuamente, colocados juntos pela divina sabedoria para exercer juntos a atividade sublime do perdão e da reconciliação.

QUAIS OS BENEFÍCIOS?

Alguns benefícios do Culto no Lar.

Ele permitirá a prática dos ensinamentos de Jesus no ambiente em que se vive, mostrando aos familiares a necessidade de uma convivência harmoniosa e produtiva, propiciando o entendimento para a superação das barreiras, desajustes possam existir entre os membros do grupo familiar.

As vidas orientadas para a fé cristã, desde tenra idade, permitirão que os defeitos e características indesejáveis no espírito sejam abrandados, levando os familiares a auferirem forças para serem superadas.

Mostrará a todos que somos espíritos devedores, lutando para superar nossas fraquezas, levando-nos a amar e perdoar mutuamente. Assim, seremos levados a praticar a moral cristã, permitindo-nos a aumentar nosso conhecimento para que possamos oferecê-lo a quantos deles necessitem.

Uma vez que o culto seja sempre realizado no dia e hora pré-determinados, atrairemos espíritos de alto grau de elevação para que possamos rogar ajuda e proteção, que com sua presença afastarão os espíritos infelizes e ainda não evoluídos, estimuladores da discórdia, desunião e conflitos nos ambientes domésticos. Permitirá que também se aufiram as inspirações benéficas transmitidas pelos espíritos protetores, proporcionando paz, compreensão e uma vivência mais tranquila sob a égide do Evangelho redentor.

COMO FAZER?

Ambiente preparado para o culto no lar

Harmonia: O culto do evangelho no Lar deve revestir-se com o espírito de reunião cristã, no interior da célula familiar, a exemplo de Jesus, que teve como seu primeiro tabernáculo a casa pobre de Simão Pedro; por este motivo a sua realização deve ser ultimar em ambiente de boa vontade e cercado de vibrações positivas, ninguém, que não esteja imbuído do espírito do cristo, deve dele participar, pois devemos afastar as vibrações negativas do que se fazem presentes à contragosto. Em suma, nenhuma pessoa deve ser constrangida a dele participar.

Paz: Pelos mesmos motivos, não deve ser realizado em local, que possa causar constrangimento aos demais habitantes da residência. Caso cause problemas com os portadores de outras convicções religiosas, deve realizar em um cômodo à parte (um quarto; uma saleta, copa, cozinha), ou seja, qualquer ambiente com condição física de receber os participantes sem desconforto evidente.

Horário: Tópico de suma importância. Uma vez que como é sabido, o culto frequente, sempre nos mesmos dias e mesmo horário, enseja a participação dos espíritos do Bem e quando este for sério e eivado de vibrações positivas e pacíficas, contará sempre com a presença de um preposto da espiritualidade superior. Portanto escolha um dia da semana e um horário fixo (evite atrasos ou faltas).

Crianças: A participação das crianças não só é permitida como muito desejada, pois uma das finalidades do culto no Lar, é a apresentação e instrução dos espíritos recebidos sob tutela como filhos ao evangelho de Jesus, permitindo-lhes a aquisição dos valores maiores como a caridade, benevolência, humildade, compreensão e respeito ao ser humano e à natureza como um todo, posto que se consiste na obra divina. Devemos levar em conta tanto grau de maturidade e adiantamento de cada uma, participando na medida de suas possibilidades, observando sempre o necessário respeito para com a prática.

Tempo: O culto no lar está imbuído dos preceitos simples de Jesus. Não deve demorar tempo demasiado, para não cansar os participantes, nem ser de tal forma abreviada que impeçam todos de beneficiar-se das mensagens do evangelho que deverão ser lidas. Cogitamos que o tempo varie, em razão do número de participantes em condições de tecer colocações e comentários, mas devemos tentar situá-lo entre quinze a quarenta minutos.

Preces: Como toda reunião cristã em glória ao Pai, esta deve iniciar com uma prece e terminar com outra, sendo que seja ditada por um participante, e outra por outro, sempre com o pensamento na simplicidade, espontaneidade, com recusa de construções elaboradas.

Condução dos trabalhos: A cada reunião, devemos escolher uma pessoa para a condução dos trabalhos, podendo ser sempre a mesma, mas o ideal é que deste encargo todos participem, desde que tenham condições, maturidade e disposição.

Livros: Como é óbvio, o tema principal deve ser principalmente o “Evangelho Segundo o Espiritismo”, do qual deverá ser lido um trecho, parágrafo, ou seção; isso de acordo com o tempo disponível para a reunião. Após a leitura, o participante que a tiver efetuado, ou outro em caso de incapacidade deve tentar explicá-lo aos presentes, apresentando sempre o seu entendimento do ensinamento percebido. Pode ser escolhido também qualquer outro livro da doutrina da terceira revelação para estudo, sempre em conjunto com o Evangelho Segundo o Espiritismo, mas nunca em substituição a este.

A ordem da leitura e apresentação dos tópico. Tanto faz, pode ser escolhido, aleatoriamente um trecho qualquer, que no caso terá a sua abertura seguramente inspirada pela espiritualidade presente, ou ser um estudo sistemático do começo ao fim, o qual deve nesse caso ser marcado para evitar o esquecimento das passagens lidas. Deve-se sempre ter o cuidado de efetuar a leitura de um trecho que englobe uma ideia. Apresentada na sua totalidade, de modo que não leve a confusão ou a falta de entendimento do ensinamento recebido.

Fluidificação da água: Devemos colocar copos ou recipientes próprios com água pura, sendo pelo menos um para cada participante ou membro da família, que deve ser consumida após o encerramento.

Suspensão dos trabalhos: Devemos sempre procurar suspender os trabalhos do culto do evangelho no lar, sempre que se apresentem visitas inesperadas. O assunto deverá ser esclarecido pelo condutor dos trabalhos, com delicadeza, humildade e franqueza, convidando as visitas para participarem, caso seja seu desejo lembrando que muitas vezes esse encontro fortuito foi de inspiração espiritual, levando para uma reunião cristã, aqueles que desta estão necessitados, para o seu devido esclarecimento e elevação.

Evocação de espíritos: Tal evento deve ser evitado a todo custo, uma vez que o lar, não é o lugar adequado para o trato com espíritos de uma maneira geral, levando a espíritos perturbados e sofredores e fixar presença no lar. O ambiente adequado para o trato e a evocação dos espíritos de uma maneira geral é o “Centro Espírita”.

Chamados e compromissos de última hora: Devemos procurar sempre que possível evitar suspender a prática do evangelho no lar de última hora, com frequência, lembrando sempre que dele participam não só os encarnados da célula familiar, como muitos outros ligados a estes por afinidades diversas. Caso seja fator de extrema importância, a pessoa ou pessoas solicitadas para o atendimento deverão atender, ficando demais o estudo previsto. Fica claro que quando exista real necessidade da presença de todos os participantes, os espíritos presentes envolvidos nos trabalhos certamente tomarão providências para amparar os participantes nas diversas situações que possam se apresentar.

Obs: Telefones fixos, móveis, rádios e demais equipamentos de comunicação sempre que possível, todos os equipamentos que possam emitir ondas eletromagnéticas devem ficar deligados uma vez, que podem interferir nas vibrações espirituais emitidas pelos participantes, encarnados ou não. Caso algum aparelho toque, este deve ser atendido ou silenciado imediatamente para que não atrapalhe mais ainda a reunião.

Encerramento:

Prece: Encerramento do Culto no Lar.

Após a prece de encerramento proferida pela pessoa indicada, todos deverão consumir a água (individual ou coletiva) que foi colocada para ser fluidificada, retirando-se ordeiramente, sem alarde, imbuídos do mais puro espírito cristão.

12/09/2012

Pelo espírito Avelino Neto"

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REFERENCIAL TEÓRICO ( A caráter de estudo, caso deseje aprofundar no assunto)

Livro: Jesus no Lar. Francisco Cândido Xavier - Pelo espírito: Neio Lúcio - Capítulo 1

O CULTO CRISTÃO NO LAR

"O culto cristão no lar Povoara-se o firmamento de estrelas, dentro da noite prateada de luar, quando o Senhor, instalado provisoriamente em casa de Pedro, tomou os Sagrados Escritos e, como se quisesse imprimir novo rumo à conversação que se fizera improdutiva e menos edificante, falou com bondade:

— Simão, que faz o pescador quando se dirige para o mercado com os frutos de cada dia? O apóstolo pensou alguns momentos e respondeu, hesitante:

— Mestre, naturalmente, escolhemos os peixes melhores. Ninguém compra os resíduos da pesca. Jesus sorriu e perguntou, de novo:

— E o oleiro? que faz para atender à tarefa a que se propõe?

— Certamente, Senhor — redarguiu o pescador, intrigado —, modela o barro, imprimindo-lhe a forma que deseja.

O Amigo Celeste, de olhar compassivo e fulgurante, insistiu:

— E como procede o carpinteiro para alcançar o trabalho que pretende? O interlocutor, muito simples, informou sem vacilar:

— Lavrará a madeira, usará a enxó e o serrote, o martelo e o formão. De outro modo, não aperfeiçoará a peça bruta. Calou-se Jesus, por alguns instantes, e aduziu:

— Assim, também, é o lar diante do mundo. O berço doméstico é a primeira escola e o primeiro templo da alma. A casa do homem é a legítima exportadora de caracteres para a vida comum. Se o negociante seleciona a mercadoria, se o marceneiro não consegue fazer um barco sem afeiçoar a madeira aos seus propósitos, como esperar uma comunidade segura e tranqüila sem que o lar se aperfeiçoe? A paz do mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos. Se não aprendemos a viver em paz, entre quatro paredes, como aguardar a harmonia das nações? Se nos não habituamos a amar o irmão pais próximo, associado à nossa luta de cada dia, como respeitar o Eterno Pai que nos parece distante? Jesus relanceou o olhar pela sala modesta, fez pequeno intervalo e continuou:

— Pedro, acendamos aqui, em torno de quantos nos procuram a assistência fraterna, uma claridade nova. A mesa de tua casa é o lar de teu pão. Nela, recebes do Senhor o alimento para cada dia. Por que não instalar, ao redor dela, a sementeira da felicidade e da paz na conversação e no pensamento? O Pai, que nos dá o trigo para o celeiro, através do solo, envia-nos a luz através do Céu. Se a claridade é a expansão dos raios que a constituem, a fartura começa no grão. Em razão disso, o Evangelho não foi iniciado sobre a multidão, mas, sim, no singelo domicílio dos pastores e dos animais. Simão Pedro fitou no Mestre os olhos humildes e lúcidos e, como não encontrasse palavras adequadas para explicar-se, murmurou, tímido:

— Mestre, seja feito como desejas. Então Jesus, convidando os familiares do apóstolo à palestra edificante e à meditação elevada, desenrolou os escritos da sabedoria e abriu, na Terra, o primeiro culto cristão no lar."

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